terça-feira, 1 de junho de 2010

Deselegantes!

A falta de elegância da nossa seleção não é apenas dentro das quatro linhas.

"É horrivel... Parece aquelas bolas de Supermercado!"
Julio César.

"A outra bola é igual mulher de malandro: você chuta e ela continua ali. Essa de agora é igual patricinha, não quer ser chutada de jeito nenhum!" Felipe Melo.

Que a bola da Copa está sendo muito criticada não só pelos brasileiros é fato, mas a forma extrema a qual essas críticas acontecem, e que certas vezes chegam a beirar o deboche, deve ser lamentada, principalmente quando lembramos que os jogadores em questão são patrocinados há anos pela marca rival à fabricante da bola. Querendo ou não, nessas críticas fica implicita a imparcialidade e intencional propaganda contrária.

Já a infeliz comparação feita por Felipe Melo não poderia passar despercebida por aqui. Obviamente quero acreditar que a infeliz somatória 'mulher + chute' e os esteriótipos tão machistas e retrógrados citados pelo próprio não fazem parte do caráter do jogador, mas uma comparação melhor e mais apropriada (já que essa além de tudo foi horrível) e, principalmente, um pouco de bom senso não fariam mal algum. Talvez aí esteja o problema: Esperar bom senso de Felipe Melo! (clique p/ abrir o link).

Nada tão espantoso quanto o papelão promovido no dia de sua convocação p/ o Mundial da África:
Não dá pra ser tão otimista a ponto de esperar boas declarações de alguém que pergunta para Paulo Vinícius Coelho se ele é jornalista, se acompanha determinado campeonato europeu e pra fechar com chave de ouro: O manda pegar números!

"Como é o nome da seleção? É Zimbábue, né?" Robinho.

Jogador de futebol tem que se preocupar em jogar e nada mais, certo? Errado! Não vivemos mais na década de 30, onde o amadorismo no esporte imperava e conseguir qualquer informação de conhecimentos gerais era tão difícil se comparado com os dias atuais. E a máxima de que 'não existe mais bobo no futebol' ? A incoerência (Sim, Dunga!!!) em pregar respeito ao adversário e no minuto seguinte perguntar o nome do próprio é inaceitável. Pior ainda quando esse adversário é um país africano e estamos a dias da primeira Copa naquele continente. E senão fosse o bastante, ainda mais triste é constatar que, já há dias na África do Sul, a grande maioria dos nossos jogadores desconhecem o Apartheid (clique p/ abrir o link).

E se não é de interesse deles a quem deveria preocupar que o mínimo de conhecimento, ou melhor, que a ignorância dos nossos craques, não fosse exposta dessa forma vexatória? A comissão brasileira, os inúmeros dirigentes que lá estão! Mas cá entramos denovo no otimismo descabido: Como esperar uma preocupação desse nível de pessoas responsáveis por cobrar 5 milhões de dólares por um amistoso contra o miserável Zimbábue? País em que dos 12 milhões de habitantes, 90% estão desempregados, 24% são portadores do vírus HIV, e a inflação é tão alta que sequer pode ser medida.

Não é querer demais (ou talvez seja sonhar demais?) que dados como esses tivessem sido fornecidos aos atletas antes do amistoso, afinal, se esse tipo de conhecimento foi ganho por muitos justamente através desse jogo e do adversário em questão, porque logo eles, os protagonistas dessa história, ficam a inércia?

Talvez seja mesmo sonhar demais que essa preocupação exista quando quem ocupa o posto de chefe da delegação brasileira, cargo que nunca é demais ressaltar a importância ao lembrar do Dr. Paulo Machado de Carvalho exercendo a função em 1958, atualmente está sob a responsabilidade deste senhor:

André Sanchez e Paulo Machado de Carvalho, quanta diferença!

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